A música é uma linguagem universal que todas as pessoas entendem. Ela une culturas e é uma forma de expressão artística que atravessa toda a história da humanidade. É justamente por isso que os filmes conseguem aproveitá-la tão bem.
A música está presente em todos os gêneros do cinema e, sendo um ponto em comum entre os filmes, é o elemento que une toda a experiência cinematográfica. Dá uma olhada nos exemplos que separamos para mostrar que, muitas vezes, a música consegue passar emoções melhor do que as próprias palavras.
Quando Eu Era Amada – Toy Story 2
Normalmente, as músicas de que mais lembramos nos filmes são as que mexem com nosso coração. E quase ninguém faz isso tão bem quanto a Disney e a Pixar.
A música é centro emocional dos filmes delas, e pouquíssimos momentos causam tanta emoção quanto o abandono da Jessie em Toy Story 2. O suave hino acústico que transmite amor e perda serve como trilha sonora da cena da Jessie sendo abandonada na beira da estrada, com um expressivo acorde que toca o coração.
A Pixar é incrível quando se trata de criar letras de músicas de acordo com a temática dos filmes, e um filme que tem a música como tema central é um ótimo exemplo disso.
Lembre de Mim – Coco
Coco é um filme que dá muito valor à sua música e à cultura que o influencia. Logo de cara, no início do filme, já dá pra perceber que a conexão do Miguel com seu violão e com a história de sua família é o que vai guiar todo o filme.
Mas nenhum momento musical é tão crucial para os temas centrais do filme, que fala de família e de legado, do que a emocionante serenata do Miguel para sua bisavó, com a música Lembre de Mim.
Quem tocou a música inicialmente foi seu ancestral, e essa performance final do Miguel na tentativa de fazer a Coco, sua mãe, se lembrar do seu falecido pai junta todos os pontos da narrativa do filme, e ainda faz isso tentando arrancar umas lágrimas no processo. E, sinceramente, funciona.
Minha Intuição – Frozen 2
A fama da Disney não vem só dos momentos tristes (embora ela goste de ir e voltar nesse tema), e ela sabe bem como fazer com que suas músicas causem sensações de sucesso e triunfo inesquecíveis.
Embora Livre Estou tenha deixado Frozen na cabeça de todo mundo (e nas mais tocadas da billboard), talvez ela não seja a faixa mais elaborada do catálogo da Elsa.
Minha Intuição, de Frozen 2, acerta em tudo: um ar de mistério, a insegurança que acaba se transformando em confiança e uma busca implacável pela aventura. As emocionantes orquestras e serenes performances vocais aproveitam a reviravolta de ação e aventura do filme e conectam a música à sua predecessora sem se preocupar com a diferença de gênero.
What’s Up Danger – Homem-Aranha: no Aranhaverso
O triunfo é um tema dos filmes que não teria o mesmo efeito sem a música para acompanhá-lo, e poucos exemplos provam isso melhor do que Homem-Aranha: no Aranhaverso.
No exato momento em que o Miles desafia a si mesmo a se tornar o Homem-Aranha que ele tanto duvida ser, a música Whats Up Danger, de Blackway e Black Cavier, entra arrebentando. Quando ele dá o salto da fé caindo de um arranha-céus, seus instintos são ativados e a música acompanha as sequências de cenas do Miles dominando suas habilidades e provando a si mesmo que ele é de fato o herói que precisa ser.
Ao chegar em outro prédio, agora confiante, o tom orquestral aumenta e se junta à batida pesada do trap, coroando Miles como o próximo grande super-herói. Há uma razão para o momento ser tão icônico, e a música transmite o triunfo do Miles diretamente para a audiência.
Wake Up – Matrix
Mas é claro que esses momentos de triunfo podem ser ainda mais literais. Um momento perfeito que exemplifica toda a indústria do cinema do final dos anos 90 é o uso de uma música que já existia no final clássico de ação moderna, Matrix. Quando Neo está prestes a ascender, tendo descoberto suas incríveis habilidades e tudo o que a Matrix pode oferecer, Wake Up, de Rage Against The Machine, entra com tudo.
Ela é perfeita não só pela sua batida hardcore, explosiva e estilosa, mas também pelo que é a música é fundamentalmente. Usar uma música chamada Wake Up de uma banda chamada Rage Against The Machine como trilha sonora do momento em que Neo “desperta” e se prepara para desferir sua fúria contra as “máquinas” é perfeito até demais, e fecha com chave de ouro o momento que se tornou uma das melhores formas de combinar a música já existente com um filme na história do cinema.
Portals – Vingadores: Ultimato
Muitos momentos do cinema não seriam nada sem as trilhas sonoras fantásticas que os acompanham. Mesmo o maior sucesso de bilheteria dos últimos anos, Vingadores: Ultimato deve muito do seu sucesso à obra de arte musical de Alan Silvestri.
O momento de retorno dos heróis blipados não seria tão emocionante sem a poderosa e emocionante Portals, um impressionante show orquestral que evolui de uma única trombeta de esperança até se tornar uma triunfante mescla de trompas e instrumentos de corda e de percussão. É um momento de extrema determinação que perderia seu sentido sem o poder do clássico tema dos Vingadores.
Welcome To Jurassic Park – Jurassic Park
Mas é claro que, quando falamos de momentos emocionantes do cinema, seria um crime deixar de citar Steven Spielberg. Os filmes dele são grandes sucessos de bilheteria, e depois de possivelmente inventar tudo em 1975, ele recebeu o título de rei de todos. Desde a trilha sonora icônica de Tubarão, que deixa quem assiste morrendo de medo, até a suave e vigorosa sensação de aventura trazida pela música tema de Os Caçadores da Arca Perdida, os acompanhamentos que John Williams bolou para as obras de arte do cinema de Spielberg só ajudam a mostrar como essas junções são maravilhosas.
Mas o momento mais estrondoso, icônico e impactante surge em Jurassic Park. E não precisa mencionar a cena para que você já saiba do que estamos falando. O momento em que a Dra. Ellie Statler está em pé com uma inesquecível expressão de surpresa enquanto a câmera revela o que o público já estava esperando desde o início do filme: as crescentes orquestras reproduzem o espanto do público quando vemos pela primeira vez as magníficas criaturas da Ilha Nublar. É um momento de arrepiar que prova que existe mágica no cinema, e toda vez que ouvimos a música tema do filme somos levados de volta à primeira vez em que assistimos Jurassic Park. E esse é um truque de mágica que não dá pra ignorar.
A música é um poder para poucos, mas quando aplicada corretamente, é essencial para o mundo dos filmes. Não é exagero dizer que nossos filmes preferidos não seriam nada sem as músicas que os compõem e se trazem aquele toque final que arrepia e nos faz acreditar nas maravilhas do mundo dos filmes. Quando qualquer diretor, escritor ou produtor tem dificuldade em passar sua visão, fica fácil entender por que eles decidem usar a música para dizer o que não pode ser dito com diálogos.